quarta-feira, 29 de abril de 2009

Porque Stephany é demais...


Stephany é nossa Lilly Alen. Guardadas as devidas proporções claro. Em comum ambas só tem mesmo o fato de serem crias da Internet. A primeira foi revelada aos olhos do Brasil e do mundo pela Rede; a segunda saiu dos sites de vídeos para as listas de CDs mais vendidos.

Fora o abismo cultural, musical e empresarial que existe entre a “piauiense” e a inglesinha, apesar de serem pop cada qual à sua forma, por que Stephany se tornou demais mesmo? Qual a razão para tanto interesse na moça do Cross Fox? A resposta demanda várias análises.

Cantar, Stephany canta. É fato. É afinada, tem timbre e presença de palco; um bocado over, mas tem. Tanto é que despertou o interesse de Gugu Liberato. Não foi apenas o sucesso na Internet que a levou ao palco. Gente cantando em vídeos caseiros existem aos borbotões na web. A diva voltou recentemente ao Domingo Legal. Tá vendo?! Ela entende do traçado.

Mas só o talento não sustentaria a explosão da moça de Inhuma. (Ela é de lá mesmo? A origem dos astros e estrelas é tão sombria...) Vide que reality shows pipocam na televisão atrás de novos ídolos. Lembram do Rouge, Bros, Vanessa Jackson? Lembram? Não?

Fazer sucesso é fácil. O difícil é se manter no topo, continuar atraindo o interesse e o dinheiro da massa. Alguém aí acredita que a feiosa Susan Boyle – outra que virou fenômeno na Web – se tornará a próxima Charlotte Church? É clicar e acessar para crer.

Voltemos à nossa Stephany. Seu sucesso é a prova de que talento necessita de muito esforço para ser reconhecido. Ela já está na estrada da música há um bom tempo. Acredito, inclusive, que ela foi concebida para virar ídolo, seu destino de virar estrela foi traçado antes mesmo da maternidade. Sua mãe foi cantora.

Assisti à sua primeira aparição no Domingo Legal e percebi que ela se porta como um “ídolo instantâneo”, aquele que você compra pronto e acrescenta água quente e ele sai cantando, dando entrevistas e autógrafos pela casa... Stephany fala como se ainda estivesse cantando; seu discurso é montado, cheio de “é muito bom estar aqui”, “é um sonho realizado”, “amo muito todos vocês”... Seria Stephany uma daquelas crianças-prodígio americanas talhadas para virar a próxima Britney, Justin, Rihanna? Ela cheira a isso.

E a música? A versão de “One Thousand Miles” - que Vanessa Carlton jamais a ouça - é tosca e o clipe lançado na Net então nem se fala. Mais caseiro impossível, porém chamou a atenção do mundo exatamente por isso. Stephany é completamente (ou propositalmente) non sense: ela acredita de fato que é demais dirigindo seu Cross Fox pelas ruas de uma cidade mínima perdida no interior do Piauí, maquiada como uma vamp tardia e vestida com os últimos lançamentos da grife Forrozão Alguma Coisa

Confesso que a primeira vez que assisti ao DVD com extras (!) de nossa mais famosa pop star, me diverti horrores com a tosqueira. Perguntava para todo mundo se aquela moça de fato acreditava naquilo que estava fazendo. Ela acredita. Com tanta Força que chegou onde está. Stephany não faz nada diferente do que muitas outras bandas de forró fazem – grava versões questionáveis e risíveis de hits americanos.

A grande sacada de nossa estrelinha foi usar a Rede para se promover: postou seus vídeos, usou sua network para torná-los conhecidos, virou fenômeno mais pela curiosidade que pelo embevecimento dos internautas e, como Lilly Alen, saltou do virtual para o real. Já foi “sampleada” por Preta Gil (uma referência como cantora !!!) e Cláudia Leitte. Espero em Deus que ela esteja sabendo capitalizar isso senão será atropelada pela próxima grande estrela da Internet. Até o fechamento desse post, Susan Boyle estava com o reinado ameaçado por um menina de 10 anos...