segunda-feira, 29 de junho de 2009

O imperador em segundo plano


O título do novo livro de Alan Massie é “Carlos Magno – a vida do imperador do Sacro Império Romano”, em tese, deveria contar a vida de uma das personalidades históricas mais importantes para a cristandade; sem as inúmeras guerras do rei contra sarracenos e muçulmanos, muitas delas incentivadas por sua megalomania em se tornar um novo César e unificar o mundo sob uma única bandeira, o catolicismo não teria se tornado a principal religião do mundo medieval e perpetuado seu poder até os dias de hoje.

O único problema do livro Massie é colocar Carlos Magno em segundo plano, dando mais ênfase aos personagens secundários, que são, sob a pena do escritor, muitas vezes mais interessantes que o próprio sacro imperador.

Massie deixa o imperador de lado para contar as sagas de seus companheiros de batalha, entre eles Alberico, o bispo Turpin e Rolando-Orlando, seu sobrinho rejeitado por anos mas cujo destino o tornaria o eleito de Carlos Magno, sucedendo até mesmo seu filho, o diabólico Charlot, em seu coração.

Esse é um dos recursos das novelas de cavalaria. A mais famosa delas conta a estória de Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda; parte da narrativa é sobre os feitos de Gawain, Galahad, Lancelot e os demais quando dispensados por seu rei.

Fora a perda do foco, “Carlos Magno” nos oferece um bom retrato – romantizado, claro - da Idade Média, tempo no qual o valor do homem era medido pelo tamanho dos seus feitos. A leitura é leve e cativante e Massie descreve brilhatemente batalhas, intrigas palacianas, amores idealizados e nobres e diverte bastante o leitor. A quem desejar, no entanto, conhecer mais a fundo a história pessoal de o redentor da cristandade deve procurar outros livro; neste o imperador Carlos Magno é bem menos importante que na História.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um homem frágil que virou mito


Agradeço a Michael Jackson meu medo infantil de lobisomens. As imagens do clipe “Thriller” invadiram minha cabeça em 1983, num especial do Fantástico, na TV Globo. Eu, então um garoto de 8 anos, fiquei apavorado e ao mesmo extasiado com aquele rapaz negro, franzino e frágil mas que se transformava em uma besta desumana e dançava com mortos vivos. Que incrível !!!

Depois que o clipe acabou fiquei a me perguntar quem era aquele homem capaz de tantas maravilhas;nos cadernos de confidências de amigos da escola respondia que era fã dos “dançarinos” Michael Jackson e Madonna, a rainha do pop. Era uma criança e não tinha a dimensão da importância daquele rapaz mutante.

Na minha casa havia o LP “Thriller”, já muito ralado após tantas execuções. Em 1987, chegou à nossa radiola o novo sucesso “Bad”. Os discos de Michael dividiam a turma entre quem os tinha ou não. Naquele ano, já um pouco mais velho, finalmente tomei consciência da importância do artista para a música mundial.

Passei a acompanhar sua trajetória de longe porque, na verdade, nunca fui um grande fã. Já morando na capital, conheci admiradores ardorosos que chegavam até a imitá-lo. Passei a desconfiar daquele homem que virava lobisomem e foi aí que suas esquisitices e extravagâncias começaram a se tornar mais famosas do que ele próprio.

Li muita coisa a respeito e uma delas dizia que Michael mantinha uma paixão platônica por sua madrinha, a cantora Diana Ross. A adoração era tanta, diziam, que ele estava tentando se transformar fisicamente na ex-Supreme através de plásticas agressivas e continuas.

A mim também chamava atenção o fato do rancho do cantor se chamar de “Neverland” e,enquanto todos diziam que ele estava cada vez mais branco, eu defendia que estava cada vez mais parecido com Peter Pan, tanto fisicamente como nas ações: vivia rodeado de crianças, dificilmente aparecia no “mundo dos adultos ” e se recusava a deixar o passado para trás e encarar o que estava por vir.

De rei do pop Michael Jackson tornou-se gradativamente uma triste figura, um boneco cenográfico mágico que parecia vindo de seus próprios clips fantásticos. Refém de sua própria fama, mesmo decadente continuava a viver em um lugar que só existia em sua cabeça, um lugar onde tudo era perfeito e estava ao alcance de sua mão, as pessoas não tinham maldade e ele continuava soberano absoluto.

Encastelou-se dentro de si, tomando remédios que pudessem evitar qualquer contato com o mundo real; tinha pânico de se contaminar respirando o ar comum ou tocando nas pessoas. Já não conseguia distinguir realidade de fantasia. Certa vez disse que o momento perfeito era quando pulava no palco e ouvia os urros de milhares de pessoas gritando seu nome. Não sabia mais viver sem isso, mas também não sabia mais como conseguir a fama de volta.

Os monstros nos quais Michael se transformou na carreira agora assombravam sua mente. Tentou voltar à realidade mais foi traído pelo próprio coração, que como sua alma preferia ficar no mundo da fantasia. Michael Jackson não morreu, creiam, ele agora partiu de fato para a sua Terra do Nunca.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Candomblé com sotaque piauiense


O Grupo Cultural Magia das Três Raças

Há cerca de 15 anos o Balé do Sesc da Bahia trouxe ao Encontro Nacional de Folguedos do Piauí um espetáculo baseado na dança dos orixás do Candomblé, a religião oficiosa dos baianos.

Replicando o bailado dos santos da religião quando incorporam seus filhos (ou cavalos) nas cerimônias ritmadas por atabaques, o espetáculo extasiou o público pelo vigor, beleza e ineditismo.

Na noite da segunda-feira, 22, no 33º Folguedos, o ritual, ou melhor, o espetáculo se repetiu, mas com outros protagonistas: o Grupo Cultural Magia das Três Raças, ligado ao Ylê Axé de Yansã, localizado na zona norte da cidade, apresentou sua versão de dança dos orixás.

Embalados por uma "timbalada", o grupo levou xangôs, oguns, yansãs, yemanjas e oxuns ao palco nacional dos Folguedos. O público surpreso assistiu a tudo compenetrado, talvez por não saber que há uma corrente forte do Candomblé por aqui; pelo menos naquele instante, muita gente colocou o preconceito de lado e aplaudiu a manifestação (ou seria ritual?). Precisa agora vencer sua rejeição cristã e pragmática para conhecer mais de perto a cultura das religiões de matrizes africanas praticadas no Piauí. Oxalá esse tempo chegue.

domingo, 21 de junho de 2009

Folguedos de casa e cara nova


A festa ficou muito mais bonita. É essa a impressão que se tem ao visitar o 33º Encontro Nacional de Folguedos que este ano – e tomara que definitivamente – acontece na vila olímpica do estádio Albertão.

Contrariando os rumores e algumas vontades, o espaço mostrou-se perfeito como casa provisória do maior evento do gênero no Piauí: ao contrário da ‘claustrofóbica’ e desconfortável Potycabana, a vila olímpica oferece muito mais comodidade com imensas arquibancadas laterais e quadras esportivas bem amplas, o que garante ao público vários ângulos e possibilidades de assistir aos grupos folclóricos.

Com um espaço de 21 mil metros quadrados de área construída, ficou mais fácil transitar e conferir as apresentações paralelas. A segurança montada no local é ostensiva, garantindo a tranquilidade do visitante.

A decoração, que este ano tem o cordel como tema, é um brinde para quem vai conferir os Folguedos. O imenso cantador montado na entrada vira fácil cenário para fotografias de família e recordação. O violão gigante logo acima do boneco também chama a atenção.

O Encontro Nacional de Folguedos começou na sexta-feira, 19, e teve um bom público apesar de tímido; já ontem, Teresina compareceu em peso à vila olímpica, lotando quadras e arquibancadas, o que mostrou a dimensão que a festa ganhou com a nova casa. A estimativa oficial era de um público de 35 mil; o mesmo número é esperado para este domingo.

Na abertura, um dos espetáculos foi a apresentação do Boi Mimo de Santa Cecília (foto) ; criado pela união das escolas de dança e música do Piauí, bailarinos coreografados dançaram ao som de uma pequena orquestra. O resultado ficou maravilhoso lembrando os bois-espetáculo do Maranhão e Amazonas.

No segundo dia, uma boa surpresa. A estréia de um grupo tradicional vindo do Paraná atraiu as atenções para as danças e músicas até então desconhecidas dos piauienses. As marcas, nome pelo qual os paranaenses chamam as danças folclóricas do Estado, contavam histórias de pratos típicos, animais-símbolo e personagens da região. Os homens dançam calçados com tamancos de madeira e fazem um sapateado que em muito lembra a catira mineira e a chula gaúcha. A apresentação é didática e a cada dança, o locutor explica seu significado. Descobre-se que o sapateado masculino tem influencia espanhola, cuja cultura influenciou a formação do povo paranaense.

O 33º Encontro Nacional de Folguedos continua até o próximo domingo e a expectativa é que o teresinense abrace o evento que está de cara e casa nova. A festa está bonita e imperdível. Agende-se.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O fim da exigência de diploma para o exercício do jornalismo


Por Tomás Barreiros
Jornalista diplomado e professor universitário


O destino de dezenas de milhares de brasileiros portadores de diploma superior de Jornalismo foi afetado hoje por um julgamento levado a cabo por magistrados que demonstraram não saber o que estavam julgando.

Julgava-se a obrigatoriedade ou não do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. Mas todas as falas dos magistrados indicavam que eles estavam analisando outra coisa. Eles falavam do direito à livre expressão do pensamento. Outra coisa, completamente diferente.

O pior de tudo é que eles pareciam nem ter se dado conta dessa diferença. Tal cegueira seria mesmo fruto de uma enorme ignorância a respeito do que julgavam ou haveria outra coisa nos bastidores? Talvez não seja de duvidar essa hipótese, dado, por um lado, o enorme poder político e econômico dos interessados no fim do diploma e, de outro, a tradição de pouca confiabilidade de nosso sistema judiciário.

Será que os juízes do STF acreditam mesmo que os proprietários de veículos de comunicação que defendiam o fim do diploma estavam interessados em defender a liberdade de expressão, como raposas que defendem a abertura das portas do galinheiro para o bem da liberdade das galinhas?

A exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista tem tanto a ver com o direito à livre expressão do pensamento quanto a exigência de Carteira Nacional de habilitação com o direito constitucional de ir e vir.

Pela lógica dos juízes do Supremo, qualquer cidadão poderia dirigir – caso contrário, estaria tolhido na sua liberdade de ir e vir. Pela mesma lógica, os cidadãos poderão prescindir do trabalho dos advogados, em qualquer circunstância, em nome do direito constitucional à ampla defesa.

Como se vê, parecem absurdos – assim como é absurdo relacionar a exigência do diploma com a limitação à livre expressão do pensamento.

Os distintos senhores magistrados do STF têm uma ideia completamente romântica e ultrapassada do jornalismo, como se estivessem parados no século 19 ou início do século 20. Acham que ser jornalista e trabalhar num veículo de comunicação significa expressar livremente o pensamento. Ou seja, eles não têm qualquer noção do que é o trabalho do jornalista. Acham que o jornalista tem como função manifestar seu pensamento – o que todos nós, jornalistas, sabemos que não pode ser feito pelo jornalista, a não ser em casos excepcionais ou muito específicos, como na redação de artigos e crônicas, gêneros, aliás, abertos a qualquer pessoa, com ou sem diploma.

O fim do diploma tem vários subsignificados muito tristes. Como a demonstração do total despreparo dos juízes do STF para julgar uma matéria sem conhecimento mínimo do que estão tratando. A incapacidade da classe dos jornalistas de se articular com força contra os capitalistas da mídia. A facilidade imensa que têm o poder do capital contra a fraqueza dos trabalhadores nas instâncias de poder.

Esperemos agora as consequências do fato. A desvalorização da profissão. O achatamento dos salários. A ideologização cada vez maior das redações. O povoamento das redações com estagiários de vários cursos e com apaniguados do dono do negócio. Funcionários cada vez mais submissos aos condicionamentos do patrão. Enfim, tudo com que sempre sonharam muitos dos donos da mídia.

E os senhores magistrados dormirão tranquilamente, embalados por sua ignorância – que lhes garante estar convencidos de que não fizeram nada de errado.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Abelhas e arco-íris


Esta é uma das marcas que estão concorrendo a símbolo da Semana do Orgulho de Ser que esse ano tem como tema "Trabalho e renda: lutas e conquistas em tempos de incertezas”.

O Grupo Matizes, todos os anos, faz uma votação via e-mail para escolher o símbolo do evento; diga-se de passagem, as criações são sempre inteligentes e muito bonitas, exibindo o talento do designer. O Contemporama votou na opção ao lado.

Em tempo: a Semana do Orgulho de Ser inicia suas atividades a partir da quinta-feira, 23. A programação prevê caminhadas, exibição de filmes, palestras e ações de saúde pública, entre outras atividades.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A arte natural, frágil e paradoxal


A natureza é uma obra de arte. A afirmação, com forte tom de contemplação, faz alusão a uma das vertentes da arte contemporânea, imbuída de discutir a fragilidade do meio ambiente a partir de obras de arte produzidas com material descartado na natureza – em sua grande maioria fruto da ação do homem. Um bom exemplo são as criações de Franz Krajcberg.

Com esse tema, o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo abre hoje a exposição “Arte Frágil, Resistências”, que exibe 37 obras de artistas brasileiros e franceses cuja produção reflete uma preocupação ou ligação o meio ambiente. A mostra fica em cartaz até à primeira semana de agosto.

Segundo a assessoria, a exposição “Arte Frágil” procura fazer uma leitura sobre a trajetória do tema Arte e Ecologia e mostrar os trabalhos da recente produção contemporânea de artistas do Brasil e da França que, em comum, têm suas obras permeadas pela reflexão acerca do tema da natureza na sociedade urbana e a consequente preocupação com o desequilíbrio ecológico que a intervenção humana e o progresso acarretam.

Além de 13 esculturas de Krajcberg, a mostra, que acontece na unidade MAC USP no Ibirapuera, exibe ainda obras de Brígida Baltar, José Bento, Amélia Toledo, Caio Reisewitz (foto),Erik Samakh, Jean-Charles Pigeau, entre outros.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

... e é sincero o meu amor...


O rapaz de 21 anos de idade, porte atlético e cara de menino vira para mim e pergunta: “O que acha do meu relacionamento com ela?” Ele se refere à sua namorada, 22 anos mais velha.

Como acabei de conhecer o casal, amigo de uma amiga, penso por uma fração de segundo e disparo a primeira frase que me vem na cabeça: “Se é sincero, vale a pena”.
Falei meio de chofre, talvez mais para me livrar da difícil análise de uma relação que acabo de conhecer.

Observando os dois mais a fundo, percebi que se completam: ele com todos os arroubos da juventude, ela com a cautela que só a maturidade possui; ele com todo o gás, ela com a sábia temperança, etc, etc, etc...

Mais tarde me surpreendo que ela é mais ousada que ele. E ele, se ela deixar, incendeia o mundo em volta só para ela assistir ao espetáculo. Achei incrível a combinação, a parceria e, mais ainda, a cumplicidade.

Fiquei sabendo antes que os filhos dela não concordam com o namoro. Mas ela não abre mão de ser feliz... com ele. E ele está querendo aprender a viver...com ela. Se ele me perguntasse mais uma vez o que achara daquela relação depois de tanto que vi, diria: “É sincero. Vale muito a pena.”

terça-feira, 9 de junho de 2009

Morgan Freeman será Mandela no cinema


Dirigido por Clint Eastwood e contracenando com Matt Damon, o ator será um dos protagonistas de “Invictus”, drama que conta a saga do ex-presidente da África do Sul ao tentar unificar uma nação divida através do esporte.

“Invictus” tem estréia prevista para 11 de dezembro de 2009 nos EUA e no resto do mundo apenas em 2010. O filme conta a inspiradora história real de como Nelson Mandela (Morgan Freeman) juntou forças com o capitão da seleção de rugby da África do Sul (Damon) para ajudar a unir a nação.

O recém-eleito presidente Mandela sabe que seu país continuava dividido racial e economicamente após o fim do apartheid. Acreditando que ele poderia unir seu povo por meio da linguagem universal do esporte, Mandela apoia sua seleção, uma zebra, até que eles chegam à final da Copa do Mundo de 1995.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Milhares de olhos sobre Piovani


Luana Piovanni nem de longe é uma mulher que passa despercebida. Que o diga o público de Teresina onde Badalou neste final de semana tanto no circuito very important person quanto no GLS com desenvoltura, aproveitando temporada de seu “Pássaro da Noite”.

Enquanto isso no cinema, o filme que protagoniza com Selton Melo, “A Mulher Invisível” levou nada menos que 229.600 pessoas à sua estreia na sexta-feira, 05, dia em que Piovani estreou também no teatro no Piauí. Segundo a Warner, produtora associada, “A Mulher Invisível” teve mais público na estreia que “Divã” (também em cartaz em Teresina) e “Meu Nome Não é Johnny”, esse sucesso absoluto de público e crítica. A produção com Piovani perde apenas para “Se Eu Fosse Você 2”.

O ENREDO: Pedro (Selton Mello) acreditava no casamento, mas foi abandonado pela esposa. Após três meses de depressão e isolamento, ele ouve batidas na sua porta. É a mulher mais linda do mundo pedindo uma xícara de açúcar: Amanda (Luana Piovani), sua vizinha. Pedro se apaixona por aquela mulher perfeita, carinhosa, sensível, inteligente, uma amante ardente que gosta de futebol e não é ciumenta. Seu único defeito era não existir.

domingo, 7 de junho de 2009

Pós-impressionistas no Sesc Maranhão


Quarenta reproduções de obras famosas de Van Gogh, Modigliani, Lautrec, Gauguin, Cézanne, Klimt (foto)entre outros, estarão em exibição no Sesc da Avenida Maranhã,a partir desta segunda-feira, 08, e fica em cartaz até dia 26 de junho. A exposição é acompanhada por monitores que fornecem informações sobre o movimento artístico e artistas objetos da mostra. A entrada é franca.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Os livros em papel vão acabar?

Por Fábio Diegues
da editora Contexto

A pergunta do título permeia a cabeça dos amantes da leitura e dos empresários do setor. Com a chegada do Kindle e outros aparelhos para leitura de livros, está chegando ao fim a era do livro impresso?

O diretor comercial da Editora Contexto, Daniel Pinsky, acaba de defender sua dissertação de mestrado na FEA/USP, que parte da seguinte pergunta: A cadeia produtiva da música foi fortemente afetada pela chegada da digitalização e da internet. Uma empresa de tecnologia (Apple) apresentou um aparelho (Ipod) e hoje comanda a cadeia produtiva da música. O que pode acontecer com a cadeia produtiva do livro?

Partindo desta comparação, ele apresenta a importância que as editoras têm para o processo de comercialização dos livros e a setorização. “Mostro que para se analisar a indústria editorial é necessário ter em mente o conceito de setorização, ou seja que os setores de livros são muito diferentes entre si. Enquanto alguns estão sofrendo um forte impacto com digitalização e a chegada da internet, outros sentem pouco”, explica Daniel Pinsky.

Em seguida é apresentado o conceito de livros eletrônicos, muitas vezes confuso para consumidores e até para profissionais da área. A expressão “livro eletrônico” assim como a palavra “livro” pode significar a mídia onde se lê e também o conteúdo. Ou seja, algo físico e palpável, mas também intangível que se transforma na cabeça de cada leitor.

Daniel consultou em sua pesquisa de campo profissionais de editoras de livros universitários e professores da USP e do Mackenzie. Apesar do pouco uso que os professores fazem do livro eletrônico, já enxergam diversas vantagens e podem vir a usa-los, caso exista oferta adequada. É possível que venha a acontecer na área editorial o mesmo que na área fonográfica: A indústria de tecnologia apresenta um produto (Ipod) que acaba sendo o ponto forte da cadeia, jogando para segundo plano a indústria que produz/reproduz o conteúdo (gravadoras).

“Acho muito difícil que o livro impresso acabe, pelo menos nos próximos 50 anos, mas sem dúvida o mercado de livros de diversos segmentos vai mudar bastante com presença maior dos livros eletrônicos”.

Daniel Pinsky é administrador de empresas formado na FGV com Mba em Varejo pela Fia (USP? CF) e mestrado em administração pela FEA/USP. Atua na área editorial há 20 anos, exercendo atualmente o cargo de diretor comercial da Editora Contexto.
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quinta-feira, 4 de junho de 2009

E o nosso Vavá, quando vai ?


Ouvi ontem à noite uma entrevista do cantor e compositor Vavá Ribeiro – a quem tenho profunda admiração e respeito – na programação local da rádio Jovem Pan e pincei uma frase de seu discurso que me chamou muito a atenção.

Ao responder uma pergunta da simpática locutora sobre o que andava ouvindo, Vavá finalizou a lista citando Zeca Baleiro e Vander Lee. “Me considero contemporâneo deles, a única diferença entre nós é que eles fizeram sucesso primeiro (do que eu)”.

Concordo. Vavá é um grande artista que o Brasil e o mundo precisam descobrir e tomar posse de seus discos. Fico, então a me perguntar o que falta para que ele deslanche de vez no cenário nacional. Até porque pela experiência e o currículo que tem, isso já era para ter acontecido. (Vote na enquete ao lado)

O cantor e compositor já passou pela peregrinação que todo artista piauiense e brasileiro faz para tentar a sorte “lá fora”. Já foi para o Sul, passou um tempo por lá, fez turnê inclusive fora do Brasil, lançou discos evoluídos em seqüência, foi assunto de especial de TV nacional e... continua esperar o grande momento como ele próprio afirma.

A entrevista fluiu bem interessante e Vavá atacou a quem lhe ataca com a pecha de estrela. “Não sou obrigado a cantar a música que me pedem em shows. Tenho problemas em me concentrar com alguém falando durante minha apresentação. Quando me dizem que pagaram para me ver, digo que isso é mínimo que podem fazer”.

Aí, o cantor e compositor me lembrou duas grandes artistas, uma brasileira e outra americana, geniais naquilo que cantam, e parecem que compartilham da opinião do piauiense se levarmos em conta seus comportamentos dentro e fora do palco.

A soprano americana Jesse Norman, certa vez, ao desembarcar em Paris e entrar em uma limusine que a esperava com o ar-condicionado ligado, telefonou para seu produtor em Nova York e ordenou que ele entrasse em contato com a produção francesa do show para que esta pedisse ao motorista do automóvel que desligasse o ar-condicionado do veículo porque afetaria a valiosa garganta de Norman.

A nossa Adriana Calcanhoto, em show memorável em Teresina há alguns anos, reclamou da luz, do som, tentando afinar detalhes no palco aquilo que, em tese, já estaria afinado. Ora a iluminação estava forte demais, ora fraca demais. Ora o retorno a incomodava mortalmente para depois ela não conseguir ouvi-lo. Para a platéia foi gritante seu mau humor e sua antipatia, mas o show foi, como dissemos, memorável.

Coisa de grande artista ou frescura? O fato é que tanto Jesse quanto Adriana já alcançaram o estrelato e podem. Falta o nosso Vavá atingir as estrelas também. Se bem que para muitos, mas muitos de nós mesmo, ele já seja uma constelação inteira.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mais Piauí no DocTV


O audiovisual piauiense tem dito presente no programa DocTV, do Ministério da Cultura, desde a sua segunda edição, em 2004. Na quinta-feira, 04, mais dois documentários serão lançados na abertura oficial da série de 55 trabalhos inéditos que começa a ser exibida na mesma noite em rede nacional através das TVs Cultura e Brasil.

Dessa vez emplacamos “O Retorno do Filho”, de Douglas Machado (sempre ele!!) e “Divino Encanto”, de Luciano Klaus – estreante no programa. O primeiro acompanha uma viagem do escritor Alberto da Costa e Silva à Amarante de seu pai, o poeta Da Costa e Silva; Klaus registra a peregrinação de cantadores do Divino pelo sertão do Piauí.

O lançamento acontece a partir das 18h, na galeria do Clube dos Diários e tem entrada franca. Os documentários piauienses serão exibidos na oportunidade. Esses são mais dois grandes passos para o audiovisual piauiense.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Potter melhor que no livro


Acabamos de receber da Warner o trailer e os cartazes de “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”. A produtora faz uma ação inédita no Brasil e divulga a versão final de uma seqüência de tirar o fôlego do sexto filme do bruxo que estréia no país em 15 de julho. É possível afirmar que, contrariando a tradição, dessa vez o filme parece ter superado o livro de J. K. Rowling. Este é um dos onze pôsteres criados para a produção.

O enredo mostra que enquanto Harry (Daniel Radcliffe) inicia o sexto ano letivo em Hogwarts, Lorde Voldemort (Ralph Fiennes) espalha destruição por toda a Inglaterra e a pressão para derrotá-lo torna-se cada vez mais forte.

Usando um antigo livro de poções que pertenceu ao “Príncipe Mestiço”, Harry aprofunda seus conhecimentos de magia e prepara-se para a batalha. Antes, porém, ele precisa ajudar Dumbledore (Michael Gambon) a descobrir o segredo da cruzada de Voldemort para conseguir a eternidade – os esconderijos de seus Horcruxes. Mas a busca pelos Horcruxes leva a uma batalha em Hogwarts, com um terrível desfecho, e Harry acredita que deve seguir sozinho para derrotar o Lorde das Trevas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O sexo que está na cabeça


Num mundo onde as fronteiras estão cada vez menos delimitadas e parece ter virado moda revelar experiências sexuais tidas como nada ortodoxas, um teste afirma delimitar qual o sexo do nosso cérebro.

Espécie de quizz científico, a avaliação é no mínimo divertida e não faz mal algum - pelo menos para os mais relaxados. Nós fizemos. O resultado bateu. E o seu?

Acesse o link que segue e descubra se dentro da sua cabeça mora um homem ou uma mulher.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI65446-15224,00-QUAL+E+O+SEXO+DO+SEU+CEREBRO.html

Piauí implantará maior número de bibliotecas em todo o Nordeste


Boas novas divulgadas pelo boletim do Ministério da Cultura: o Piauí é o estado que implantará o maior número de bibliotecas públicas municipais através do Programa Mais Cultura em todo o Nordeste.

Segundo o informe, ao todo, o Estado receberá 136 kits para a instalação das novas unidades, com um investimento de R$ 7,9 milhões. Além da implantação, outras 33 bibliotecas deverão ser modernizadas por meio de uma parceria entre o Mais Cultura e o Governo do Estado, totalizando investimento de R$ 1,8 mi.

De acordo com o MinC, um dos objetivos da ação é democratizar o acesso ao livro via Programa Livro Aberto. A Fundação Cultural do Piauí (Fundac) está percorrendo municípios dos territórios carnaubais, cocais e planície litorânea realizando um trabalho de mobilização e sensibilização junto às prefeituras que ainda não se inscreveram no programa.