segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Teatro nacional nos palcos de Teresina


ALZIRA POWER: uma das três peças que virão à capital em projeto da Petrobrás

Platéias de Teresina, comemorai mais! Nem bem saímos do Festival de Teatro Lusófono e já a partir de outubro os teatros da capital vão receber nada menos que três grandes montagens nacionais de teatro.

Teresina foi selecionada entre as 85 cidades do país que vão receber algumas das 43 peças contempladas no primeiro edital de circulação teatral do Programa BR de Cultura. Confira a programação aqui.

Artistas do porte de Marieta Severo, Andrea Beltrão e Denise Stoklos, entre muitos outros, percorrerão o Brasil com suas mais novas produções em cartaz no eixo sudeste-sul e que dificilmente conseguem chegar a praças mais distantes devido aos altos custos de produção.

Teresina receberá três espetáculos: “Rainha (s) – duas atrizes em busca de um coração”, adaptação de Cibele Forjaz para romance sobre a vida de Maria Stuart, escrito pelo alemão Friedich Schiller; a segunda montagem que virá à capital do Piauí é o infantil “A Bela Adormecida por Lasanha e Ravióli”, de Mônica Biel e Ana Barroso; a terceira e última é “Alzira Power”, com Cristina Pereira e Sidney Sampaio, ator que vive o personagem judeu Benjamin na novela “Caras & Bocas”, da Globo.

sábado, 29 de agosto de 2009

A princesa, os plebeus e o Twitter


Erro gramatical de Sasha causou polêmica: caiu na Rede...

A polêmica que deu o tom esta semana foi o erro gramatical virtual de Sasha, a princesa dos baixinhos, herdeira de Xuxa Meneghel. Ao usar o Twitter da mãe, a menina escreveu a palavra cena com “S” e, sem querer, lançou a mãe num qüiproquó virtual. (Qüiproquó... Português é mesmo língua intrincada, não?!).

Para defender a garota e a si própria – afinal, vossa majestade é responsável pela educação primorosa que Sasha deve estar recebendo – Xuxa saiu-se com essa de que a filha é alfabetizada em inglês. Não pegou. Bem, digo.

Com a desculpa, a rainha dos baixinhos quis fazer um giro, como dizem, e acabou soando pedante e, pior, não convencendo a ninguém. Bastava apenas dizer que Sasha ainda é uma criança no início de um longo processo de aprendizagem , se escrever corretamente – ou no mínimo tentar escrever – é um problema para milhões de brasileiros, inclusive aqueles que estão na faculdade, imagine para um garota na idade da princesinha em questão.

Até onde soubemos, Sasha aproveitou uma brecha nas gravações do próximo filme de Xuxa e postou a frase da discórdia usando o Twitter da mãe. É bem provável que Xuxa não estivesse por perto no momento. Errou por ter deixado a filha sozinha usar uma ferramenta que a pode por em contato com milhares de pessoas. Aposto que Sasha não tem perfil em nenhum site de relacionamento por motivos são óbvios.
E se Xuxa esteve ao lado da filha na hora em que ela fez a postagem? Pior: por que, então, deixou que Sasha escrevesse errado?

Depois do estrago feito, vossa majestade irritou-se com os comentários, usando um sonoro palavrão para devolver os insultos. Ora, quem entra na chuva é para se molhar. Na Internet 2.0 também é assim: você diz o que quer e escuta de tudo também. Absolutely no regrets !!! Essa Sasha vai entender.

Xuxa não é criança. Essa o é Sasha. O aborrecimento da apresentadora veio de uma espantosa desaprovação de um público que até então ela julgara fiel e cordato a extremos. Se Xuxa pensava que entre seus seguidores no microblog só havia admiradores, teve uma grande decepção ao descobrir que eles tem opinião e essa nem sempre é cordata e aprovadora. Os meios de comunicação virtuais têm uma máxima: caiu na Rede, vira manchete. Não tem essa de voltar atrás.

O Twitter tem revolucionado a internet desde a sua invenção, principalmente no mundo das celebridades. Os fãs têm agora um canal direto com seu ídolo – para o bem ou para o mal. No caso de Xuxa, da princesinha Sasha e dos seguidores plebeus, essa interatividade terminou em insurreição e trincou o relacionamento da rainha com seus eternos baixinhos online. Internet não é brincadeira de crianças.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Coldplay manda lembranças


Um registro de show recente da banda inglesa na Dinamarca

Divido com vocês uma das muitas fotos que recebi da assessoria de imprensa do Coldplay. Na imagem, Chris Martin é banhado por uma chuva de papel colorido durante apresentação no festival de Roskilde, na Dinamarca. Bela imagem, não ?! A data da apresentação da banda foi no início de julho. Roskilde é um dos três mais famosos festivais de pop e rock na Europa, ao lado de Glastonburry e Sziget.

Se quiser saber mais sobre os caminhos do Coldplay, acesse o site. Lá tem um photoblog (parece-me que atualizado pelos próprios integrantes da banda) agenda e promoções. Os textos são em inglês. Good coldplaying !!!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Riso, memória e lágrimas no picadeiro


TEATRO EXTREMO:grupo português trouxe grande encenação ao Festluso


O riso nunca morre, mas os dentes caem no avançar da idade e os músculos cansados da face transformam uma gargalhada numa máscara mista de dor e choro. A memória, esse martelo, regride para o passado, insistindo em trazer lembranças de um tempo finito, embora glorioso.

Lauren Bacal, quando homenageada no Oscar há alguns anos, irritou-se profundamente com uma imagem sua na juventude projetada no telão. O seu silêncio disse tudo. Se é difícil para o homem comum encarar a decadência, imagine para alguém acostumado às luzes e aos aplausos.

Na noite de ontem, três velhos palhaços velhos – mas não palhaços velhos – subiram ao palco do Theatro 4 de Setembro, atendendo a um anúncio de emprego publicado em um jornal. Felippo, Peppino e Nicollo tiveram um passado glorioso nos picadeiros mundo afora. Dessa época restam exatamente um recorte de jornal, um cartaz amassado e uma garrafa de bebida. No mais, apenas os sarcasmos e as boas memórias do trio, agora encarando a escassez de trabalho na idade avançada.

Esse é o enredo de “Velho Palhaço Precisa-se”, texto do romeno Matei Viscniec, apresentado pelos portugueses da Cia de Teatro Extremo, de Almada, Portugal, na programação do Festival de Teatro Lusófono. Os espectadores tiveram diante de si um brilhante exercício de clown, técnica das mais sublimes da interpretação.

A tragicomédia ganhou fácil a platéia devido à singeleza e o carisma dos personagens. Entre muitas gargalhadas e gagues está presente, no entanto, uma tristeza velada, uma certa nostalgia. O riso ainda é o melhor dos remédios e o segundo melhor professor depois do mundo.

Divertindo-se com seu caleidoscópio de lembranças, o trio de velhos palhaços se reveza na demonstração de talentos individuais, um tentando sobrepujar o outro; o que possa parecer desunião na verdade é o puro medo da exclusão pela velhice: só há uma vaga anunciada para a função nos jornais.

“Velho Palhaço Precisa-se” é uma interessante e comovente alegoria sobre a condição humana. É preciso viver o tempo a seu tempo. Deixar o passado onde ele deve ficar e preparar-se e aceitar o apagar das luzes. Os talentos desaparecem atrás da máscara da idade avançada. Poucos, quase ninguém oferece mais que uma vaga a um velho homem/palhaço que tem coragem de querer voltar ao palco

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

DICA: Paulo Coelho disponibiliza livros inéditos para download gratuito


O escritor e mago (?!)resolveu dar um presentinho aos seus milhares de fãs espalhados pelo mundo e nesta segunda-feira, dia em que completa 62 anos de saga, disponibilizou nada menos que três livros inéditos para download em seu blog. O melhor: é tudo 0800.

Os títulos são "O Caminho do Arco" (aventura), "Histórias para os Pais, Filhos e Netos" (fantasia e contos de fada) e "O Guerreiro da Luz" (compilação de contos). Segundo o próprio escritor, os leitores só terão a chance de conhecer as novas produções na Internet porque ele não pretende publicar os livros da forma convencional.

Se você é como eu, que não tem medo de Paulo Coelho e acha suas histórias inofensivas e mero entretenimento, vá lá e garanta sua leitura.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Da série “Eu odeio...”


Faz 20 anos que Raul Seixas morreu: já foi tarde e nem percebi

Essa quase passou despercebida: faz 20 anos que Raul Seixas morreu. É sério? Nem percebi. Aliás, para lembrar a morte de alguém, esse vulto precisa ser muito valioso sentimental ou artisticamente. Coisa que o defunto tardio não o é. Por mim ele até teria nascido, mas não se arriscaria a cantar. Pelo menos não na minha frente, no meu CD player ou toca MP3.

Sinceramente, acho uma tortura ouvir suas músicas que não dizem nada com coisa nenhuma – coisa de quem parece não ter escrito uma letra sóbrio. Viagem, viagem, viagem, meu caros amigos.

Uma vez me disseram que ele não estaria bem lá do outro lado onde deve ainda estar vagando. Pudera depois de ter cantado tanta coisa ruim.

Para meu alívio quem deve estar tomando todas por conta da efeméride raulseixiana deve ser meu ex-vizinho que promovia sessões longuíssimas de tortura quando resolvia ouvir toda a produção musical do baiano. Tomara que meu ex-vizinho tome todas ouvindo seu ídolo e tenham uma pancreatite tão violenta quanto a que matou o cantor !!!

Odiava ter que ouvir aquelas melodias que fediam a mofo e me lembravam uma roda de bêbados e alucinados tentando acompanhar “eu nasci há dez mil anos atrás” com dez línguas na boca e algumas no bobe.

Gente, o que é “Gita”? Alguém me explique. Os seguidores do hinduísmo deviam proibir fazerem aquilo com o seu “Baghavad Gita”, que significa “Canção de Deus”. E o diabo – com quem parece Raul ter andado se envolvendo - da letra ainda tem a assinatura de Paulo Coelho. Aposto como ele se arrende, aposto.

Não vou me estender e dedicar mais espaço à memória de um cantor cujas músicas me arrepiam – de desgosto, saliento. Já disse que não suporto Roberto Carlos. Coloco agora a estatueta de Raul na mesma estante (com as costas viradas para a rua como um Buda de castigo). E estou preparando mais uma: a de Chico Buarque. Alguém já tentou avisá-lo de que ele não canta, gente ?! E, por favor, em qualquer show que eu estiver NÃO TOQUEM RAUL !!!!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Festival de vídeos: programe-se !!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Enterrem os mortos !!!


A banda Information Society volta aos palcos após 16 anos: para o bem ou para o mal.


Foi com incredulidade e estranheza, exatamente nessa ordem, que assisti ao “retorno” da banda americana Information Society aos palcos e ao Brasil, no último domingo, no programa do Faustão. Cantaram uma versão sem graça de What’s on your mind, seu maior sucesso.

Nem de longe os rostos e os corpos muito menos a música de Paul Robb, Kurt Harland e James Cassidy lembrava o grupo que fazia um techno progressivo e mezzo psicodélico dos anos 1980/90 e que parou há 16 anos. O sucesso que fizeram foi tão retumbante que o Information está diretamente ligado à disseminação da dance music e música eletrônica no mundo.

Quem nunca cantou os hits da banda? Quem nunca os dançou? Quem aí lembra do show que eles fizeram na Potycabana? Muita gente, né?! São boas lembranças. E esse é o problema do retorno: o som do Information soa datado, isto é, recende à uma época que já passou, ficou para trás, é finita.

Certa vez ouvi uma frase que faz todo o sentido: quando um artista antigo e fora da mídia volta aos holofotes deve ser por falta de dinheiro. Será que é isso o que acontece com o Information Society? Tomara que não. Tomara que seja apenas saudosismo deles e dos admiradores. Caso não o seja, a banda pode ficar calma porque vai faturar alto nos shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Os fãs clubes já confirmaram presença em massa.

Tenho medo desses retornos de astros em ocaso. O que eles tinham de melhor para mostrar já o fizeram. Uma exceção é Morrissey que, segundo a crítica especializada, envelhece como o vinho. Na maioria dos casos, a volta de bandas antigas e datadas aos palcos costumam ser azedas e indigestas como o vinagre. RIP IS.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O ator nasce para o que é


Johnny Depp em "Inimigos Públicos": de volta aos papéis comuns

A pessoa nasce para o que é. Os atores também. Um exemplo? Johnny Depp. Alguém aí já estava meio cansado dos personagens esquisitões, caricatos e que demandavam muita composição, interpretados à quase exaustão pelo Sr. Vanessa Paradis? Pois é, todo mundo, inclusive ele próprio e eu também...

Muito bem: Johnny Depp está de volta em um papel minimalista, embora protagonista, no interessante “Inimigos Públicos”. Depp interpreta John Dilinger, o mais ousado e abusado gangster de uma quadrilha de ladrões de banco nos Estados Unidos pós-depressão.

O filme é meio lento e modorrento no começo, mas depois engrena. Não fosse a câmera nervosa em algumas cenas, recurso que dá vertigem e serve para despertar a platéia, “Inimigos” poderia ser encarado como um exercício de estilo.

Vale tentar vencer os bocejos do começo para ver Johnny Depp dar uma aula de interpretação usando basicamente os olhos faiscantes, amedrontadores, meigos e intimidadores que criou para o personagem.

“Inimigos Públicos” é um filme violento, frio e charmoso. Emula com maestria e requinte a era de ouro do jazz americano versus bandidos sanguinários que matavam pelo tráfico de bebidas, jogo, roubo a bancos e qualquer tipo de contravenção.

A trilha sonora é toda Billie Hollyday. A heroína – sem trocadilhos, ok? - da produção também se chama Billy, interpretada pela francesa Marion Coutillard, que faz um contraponto como uma moça desamparada e forte ao mesmo tempo que torna-se a obsessão e a ruína futura de Dilinger. Marion capricha nos machadianos olhos de ressaca e manda ver, sem ligar para o Oscar que ganhou com “Piaf”.

Um mimo ao espectador e uma homenagem à Lady Day é colocar ninguém menos que Diana Krall cantando “Good Bye, Blackbird”, música-tema do casal Dilinger-Billy. Pelo conjunto da obra, “Inimigos Públicos” merece uma indicação ao Oscar em 2010, embora não vá levar nenhum: é que os velhinhos da Academia detestam filmes “violentos”.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O jornalismo mundo-cão e medieval


Gravura antiga registra empalamento: sites e TVs locais fazem o mesmo


Na época medieval, quando o valor do homem como ser humano chegou aos mais baixos níveis, as guerras costumavam deixar centenas de milhares de mortos amontoados como se fossem apenas lixo descartado em um aterro sanitário.

Dependendo da crueldade do soberano vitorioso da contenda, eram aplicados alguns requintes às vítimas: o corte das cabeças dos cadáveres e sua exibição como troféus; o empalamento dos vencidos, que depois de mortos passavam dias a apodrecer além dos muros dos castelos, para deleite do rei e horror e medo da população...

Ainda ontem li em um site local chamada de matéria sobre a descoberta de um cadáver em uma vila da cidade. Aparentemente, dizia o texto, tratava-se de um senhor que havia sido atropelado e deixado para morrer. Tudo bem até aí, não fosse a questão do repórter em exibir as fotos da ossada, mas com o alerta “imagens fortes”.

Esse é o velho e nada bom “jornalismo mundo cão” que vez por outra (ou não!) toma de assalto nosso meios de comunicação, ávido na busca de audiência. É aquele velho conhecido, embora desprestigiado, que nos impressos faz pingar sangue das páginas e na televisão nos embrulha o estômago com closes de vísceras humanas, corpos degolados, cabeças rolando, mãos e pés decepados, cadáveres em putrefação, entre outras imagens que nos relembram contra a nossa vontade o quanto vivemos em perigo. Funciona?

Esse jornalismo visceral – é um trocadilho mesmo – já fez a cabeça de muitos comunicadores no Brasil e no Piauí e foi perdendo espaço na grande mídia justamente porque causa asco e em nada acrescenta de informação para o público.

Por enquanto, neste Estado, ainda há muitos colegas que não conseguem largar a brincadeira das escolas infantis americanas de contar e mostrar. Continuam a seguir a máxima de que uma imagem vale mais que mil palavras.

Pergunto a você: no que a visualização de uma foto ou a imagem de um corpo em putrefação acrescenta no seu conhecimento do fato? É mesmo necessário exibir o álbum de fotografias ou o DVD dos melhores momentos do IML? Faz diferença?

Dia desses, o programa Interferência, do qual sou produtor, levou o tema a debate por conta da reclamação de uma telespectadora: ela se sentiu incomodada com “imagens fortes” – lembram? - em uma matéria de TV. O convidado do debate, jornalista Pedro Alcântara, criticou o fato de forma sucinta: a televisão do Piauí nesse ponto precisa crescer. Alguns sites também, acrescento. Se não conseguirem crescer, pelo menos que percam o hábito doentio dos reis cruéis da era medieval. Carne humana só é bacana na música do Arrigo Barnabé.